Agora é vídeo, povo!
Temos que postar vídeos, disseram as megaempresas supranacionais, estas mesmas que não respondem a legislações, nem a estados, e nós aqui em baixo temos que nos virar rapidinho, porque a água tá subindo e a mercadoria, ora, ora, somos nós. Me sinto às vezes numa quadrilha de festa junina: "olha a cobra! É mentira!", aí todo mundo dá meia volta e toma outro rumo. Tenho sentimentos ambivalentes quanto a esse apelo por vídeos ou a apelos por mudanças em geral determinadas por essa grande maquinaria abstrata que comanda o mundo lá do vale do silício. Ao mesmo tempo que sobe em mim um ímpeto de insurgência ("ninguém manda em mim!"), também me sinto desafiada a me mover. Dá pra entender, rs...? Já dei a minha dica anti-coach no post de ontem e vou reforçá-la: se você faz fotos maravilhosas e curte o processo ou escreve textos com o coração e as pessoas veem e leem, continue. Verdade engaja.
A gente vê os números da vizinha: 10k, 100k seguidores e imaginamos o reino encantado que deve ser ocupar esse lugar. Isso é uma mera atualização do ditado da grama do vizinho. Número de seguidores não paga boletos e mais vale 100 seguidores cativados por você do que estar numa festa onde você não conhece ninguém.
Você não precisa entrar em pânico por causa dessa suposta era dos vídeos que está sendo anunciada aqui. Digo isso por dois motivos, uma de ordem prática e outra, racional: 1. não dá pra ser uma pessoa que você não é, não dá pra sustentar esse papel por muito tempo sem sacrificar sua paz, mas dá pra testar caminhos nos quais você se sinta confortável e 2. O algoritmo está diminuindo cada vez mais a distribuição do conteúdo e está priorizando perfis que realmente estão engajados com você. Trabalhe para essas poucas pessoas. Valorize-as. Quando a gente trabalha pensando em milhares de pessoas, parece que não estamos trabalhando pra ninguém. Trabalhar para aquele grupo pequeno que realmente orbita em torno do seu perfil, que você sabe quem é e o que faz, nos dá uma sensação de sentido. Feitas todas essas ponderações, acho que vale a pena se testar nessa nova rotina de vídeos se este movimento, de algum modo, fizer sentido pra você e pra quem você é. Um bom chamado pra você é o fato de nós estarmos nos testando neste movimento, colocando a cara a tapa. Aliás, MUITO OBRIGADA pelo carinho e paciência de vocês com a gente! Ainda não sabemos como fazer, mas abrimos as porteiras pra esse novo caminho. Que bom ter vocês por perto!
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