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Acabamento versus preço


Fizemos uma Live dia desses sobre acabamentos e no meio da transmissão surgiu um pequeno dilema sobre o uso de acabamentos mais complexos e de execução mais lenta, como um vivo por exemplo, por pessoas que ainda não têm uma marca reconhecida ou estão começando e ainda não têm como praticar preços mais elevados. Devo ou não me esmerar nos detalhes quando ainda não consigo cobrar um preço que justifique essa dedicação? Se pensarmos neste caso de modo meramente matemático, obviamente a relação entre preço e tempo é desfavorável. A realidade, no entanto, não é nada cartesiana. Pelo contrário, ela é recheada de contradições e paradoxos.

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Se eu não introduzir elementos de maior complexidade na minha cartela de produtos, como vou:

  1. me diferenciar no mercado,

  2. valorizar meu produto,

  3. conquistar autoridade como artesã?

Estes 3 fatores são justamente aqueles que permitem praticar preços mais altos com segurança. E não, eu não acho que ninguém tem que necessariamente fazer peças complexas para poder cobrar mais, mas também não acho que dá para elevar valor fazendo sempre peças de técnicas muito básicas que todos já estão fazendo. Entre estes dois pontos, há uma infinidade de variáveis.

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Um mantra que deveríamos recitar incansavelmente é: “não há preço perfeito”. Formação de preço não é ciência exata. É muito comum vermos 2 abordagens para formar preço:

  • Pelo cálculo analítico de todos os gastos e despesas do negócio + custo de vida

  • Pela renda desejável. Se quero ou preciso de uma renda X e se produzo Y peças por mês, consigo ter uma estimativa de quanto cada item deve custar.

Estas abordagens são válidas, mas insuficientes. Penso que elas deveriam ser encaradas como pontos de partida e não como métodos de formação de preço em si. Sempre ressalto nas minhas falas aqui e ali que os componentes imateriais do preço é que demandam mais atenção. Fatores como produção de desejo talvez seja o que mais permitem acrescentar valor a uma marca. E como se produz desejo? Aqui, entramos num campo que gera toda uma conversa que pouco tem a ver com a simples soma de números. Teríamos que pensar sobre todo o aparato estético e psíquico que cria a atração pelo discurso de uma marca. Num próximo texto, faremos uma abordagem sobre este ponto subjetivo que é tão pouco explorado quando falamos em precificação e em posicionamento no mercado artesanal, que tem nuances e particularidades próprias.

Seguimos.

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